terça-feira, 30 de março de 2010

O uso do Fórceps

*Por Wladimir Taborda

Atualmente observamos um importante movimento de valorização do parto normal como a melhor opção para a mulher e para o bebê. A recuperação é mais rápida, a amamentação é mais efetiva e o risco de complicações é muito inferior ao de uma cesariana. A opção por observar o ritmo natural da evolução do trabalho de parto, entretanto, pode exigir uma intervenção do médico para auxiliar o período expulsivo, geralmente em casos de sofrimento fetal ou exaustão da mãe. Nessas situações, o bebê está prestes a nascer, já baixo demais no canal de parto para fazer uma cesariana e não se pode perder tempo.

A opção mais adequada é a utilização do fórceps ou de uma ventosa a vácuo para preservar a mãe e o bebê e obter um parto mais rápido. Mas ainda utilizamos fórceps na obstetrícia moderna? E o bebê não será sempre machucado?



 Existe grande desinformação e poucas evidências científicas sobre as sequelas e benefícios envolvendo a utilização de fórceps atualmente. É importante saber que até 5% dos partos vaginais podem exigir a aplicação dessa técnica, com boas indicações e resultados. Já não utilizamos mais o fórceps alto, e somente praticamos o chamado fórceps de alívio, quando o couro cabeludo do bebê já está visível na vulva. Recentemente foi publicado um estudo que acompanhou 3.200 mulheres norte-americanas que realizaram uma cesariana de emergência em 13 hospitais. Em 640 casos que tinham indicação, os médicos optaram por utilizar o fórceps como último recurso antes da cesariana, com bons resultados. Não houve diferença estatística para a ocorrência de complicações no bebê, como fraturas ou outros traumas.

Um inconveniente no uso do fórceps é que, na maioria dos casos, o médico também realiza uma episiotomia, incisão no períneo, lateral à vagina, para facilitar a introdução do fórceps e o posicionamento na cabeça do bebê. Após o fórceps estar ajustado, o médico puxa com ligeira pressão enquanto a mulher faz força para empurrar durante uma contração. Não há nenhuma razão para temer um parto com fórceps se o médico estiver habilitado e as condições de aplicação do instrumento forem respeitadas. Na grande maioria dos casos não haverá qualquer marca no bebê e a recuperação da mãe será completa, semelhante à de um parto normal.

O que Eu acho..
Não gostaria de estar em trabalho de parto e pedir ao médico: "Doutor, cadê o fórceps?" Bem citado pelo Dr. Wladimir, o fórceps é utilizado em casos de sofrimento fetal, ou exaustão da mãe. Entretanto a exaustão da mãe pode ser evitada, se trabalhado exercícios cardiorespiratórios no período pós parto, assim como os exercícios de fortalecimento e resistência do períneo. Se a mãe não tem uma musculatura forte e resistente o suficiente, sofre o risco de ter que utilizar o fórceps.

Porquê não episiotomia? A "episiotomia de rotina" além de prejudicar a aparência do períneo , podem ocorrer as retrações na musculatura e até mesmo perda da sensibilidade do períneo (corte de estruturas nervosas).

Fonte: Revista Crescer

2 comentários:

  1. a mulher pode perder a vontade de fazer sexo? ou seja, ela não sente mais vontade alguma.

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  2. Olá! Você refere-se á perda de vontade na relação sexual devido ao fórceps?

    Nesse caso, o fator psicológico é bastante agravante, com a episiotomia pode haver perda da sensibilidade, mas que aos poucos tende a voltar. Se a mulher não sente desejo, podem ter outros fatores envolvidos: o ganho de peso, a nova rotina de vida, agora com o bebê, etc..
    Existem exercícios de estímulo perineal que podem diminuir bastante essa sensibilidade.
    Converse com seu médico

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