A cesariana ou laparotraquelotomia é uma cirurgia de nível abdominal que pode ser realizada no sentido longitudinal ou transverso para o nascimento do bebê. Até aqui todo mundo sabe não é? Entretanto o que venho aqui discutir e informar ás futuras mamães é como esta cirurgia é feita (ou seja, o que é "cortado" de fato), e quando ela é indicada.
As cirurgias cesarianas foram uma das primeiras cirurgias realizadas na medicina, e foram relatadas em Roma durante 715-672 a.c . Na época foi decretado que toda mulher que morrese no final da gravidez deveria ter o filho removido do útero. Entre 1960 e 1965, o índice relatado de cesariana era 5% de todos os partos feitos.(1) Atualmente a Organização Mundial da Saúde recomenda que o índice das cirurgias não ultrapasse 15%; porém no Brasil o índice chega a 43%. Claro que nem sempre pode-se optar pelo parto normal, a cesariana é indicada apenas em casos especiais.
Por exemplo:
-Posição fetal: quando o bebê não está posicionado corretamente para o parto vaginal, ou seja está com as nádegas para baixo;
-hipertensão induzida pela gravidez;
-placenta prévia;
-diabetes mellitus;
-incompatibilidade severa de Rh(quando o fator sanguíneo da mãe não é compatível com o do bebê);
-retardo de crescimento intra-uterino;
-prolapso do cordão umbilical;
-sofrimento fetal que é indicado por mudança da freqüência dos batimentos cardíacos do bebê (desacelerações prolongadas e acelerações importantes).
Como toda cirurgia, apresenta riscos
Os riscos para a mãe, geralmente estão associados á infecções que podem ser adquiridas no hospital, acidentes anestésicos, hemorragias, lesões de bexiga ou outros órgãos, aderências de pele, e tromboembolismo. O tromboembolismo pode ser evitado estimulando a deambulação precocemente e movimentos de membros inferiores voluntários após a cirurgia.
Já os riscos fetais incluem tanto os cortes acidentais, quanto o desconforto respiratório e maior necessidade de ficar na UTI neonatal.
O contato mãe x bebê
Muitas mães temem o parto natural, ou por receio de sentirem dor e não conseguir levar o trabalho de parto á diante, ou então por medo que ocorra maior complicação e tenha que ir ao hospital. Para a psicóloga Ana Maria Moratelli a cesariana interrompe o elo afetivo entre mãe e bebê, uma vez que gera um sofrimento fetal, pois pense que o bebê está quentinho e aconchegante no ventre materno quando abruptamente é retirado para um "novo mundo", sem saber o que acontece á sua volta. O ideal é o bebê nascer de parto natural, sentindo que está pronto para chegar, e novamente ficar aconchegante no que é melhor para ele: os braços da mãe.
Bibliografia:
1.O'Connor, Linda. Fisioterapia aplicada á ginecologia e obstetrícia. Manole,2ª edição, 2004.
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